Glifosato

Intoxicação Oral

 

Toxicidade leve a moderada

Nestes casos deve ser feito um controlo apenas da evolução da doença, incluindo diluição ou irrigação da mucosa oral com água ou leite e antieméticos ou analgésicos.

 

Toxicidade severa

Devem ser tomadas algumas medidas de ação contra a evolução da intoxicação, nomeadamente: intubação (em casos de dificuldade respiratória), correção de alterações eletrolíticas, tratamento de acidose metabólica, correção da hipercalemia, controlo de uma possível falência renal, reversão da hipotensão (vasoconstritores) e correção de arritmias cardíacas. Além disso, deve ser realizada endoscopia em casos extremos e/ou de ingestão deliberada que apresentem sinais e sintomas de uma intoxicação muito severa, para despistar possíveis hemorragias e úlceras gastrointestinais.

 

No hospital

Normalmente, não estão indicadas medidas interventivas para overdoses de glifosato, aplicando-se apenas as medidas de controlo e monitorização apresentadas acima. No entanto, em casos de uma ingestão bastante elevada e relativamente recente de glifosato, deve recorrer-se às seguintes medidas: aspiração nasogástrica ou orogástrica, no caso do paciente se encontrar consciente e cooperativo. Não se tem verificado a necessidade do uso de lavagens gástricas, irrigação intestinal ou doses múltiplas de carvão ativado.

A monitorização deve ser mantida durante 4-6 horas para assegurar o desaparecimento dos sintomas antes de libertar o paciente.

 

Monitorização laboratorial

No sentido de avaliar a progressão da intoxicação é importante fazer as seguintes avaliações laboratoriais e clínicas consoante a gravidade apresentada:

• Doseamento das concentrações de glifosato na urina e soro;

• Hemograma total com contagem de plaquetas e doseamento da creatinina sérica, ureia sérica, enzimas hepáticas, eletrólitos, urianálise e raiodiografia ao tórax em indivíduos sintomáticos;

• Eletrocardiograma e monitorização cardíaca contínua e da oxigenação sanguínea, em pacientes com sintomas significativos;

• Endoscopia deve ser considerada em pacientes com suspeita de lesões gastrointestinais cáusticas (em casos de ingestão de um elevado volume de forma  acidental ou deliberada, assim como caso apresente sintomas do tipo odinofagia e hipersalivação.

 

Antídoto

Não há conhecimento de um antídoto especifico para o glifosato.

 

Eliminação

O glifosato é excretado com facilidade e rapidamente pela urina, pelo que a manutenção da função renal é bastante importante para assegurar a principal via de eliminação do xenobiótico.  A hemodiálise é uma forma bastante eficaz de depuração do glifosato e normalmente é usado em casos raros de pacientes que apresentam uma falência aguda renal após intoxicação, sendo, acima de tudo, um processo importante para corrigir a acidose e a hipercalemia.

 

Problemas no diagnóstico

A intoxicação é associada ao glifosato, contudo, em certas situações, as manifestações clinicas podem estar associadas a surfactantes presentes na formulação do herbicida, que são responsáveis na maior parte dos casos por uma agravamento dos sinais e sintomas de intoxicação, em especial, agravamento da falência respiratória e renal. 

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Exposição Dérmica

 

Retirar imediatamente as roupas contaminadas e larvar abundante com água e sabão. 

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Inalação

 

O indíviduo que entrou em contato com partículas de Glifosato em solução vaporizada deve ser afastado do local. Este tipo de exposição é bastante rara e pouco provável tendo em conta a baixa pressão de vaporização do glifosato que não permite que o mesmo volatilize com facilidade, no entanto pode agravar-se em casos de inalação direta da vaporização aérea ou terrestre da formulação.

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Exposição Ocular

 

Incialmente devem ser removidas quaisquer lentes de contacto (caso possua) e irrigar os olhos expostos com soro fisiológico ou água durante pelo menos 15 minutos. Caso a irritação, dor, inchaço, lacrimejo e/ou fotofobia persistam após a irrigação, deve dirigir-se ao hospital.

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Bradberry S, Proudfoot A, Vale J (2004) Glyphosate poisoning. Toxicological Reviews 23: 159-167

 

HSDB (2015) Glyphosate. http://toxnet.nlm.nih.gov/cgi-bin/sis/search2/r?dbs+hsdb:@term+@DOCNO+3432 . Acedido a: 8 de Maio de 2015 

 

WHO (1994)  Environmental health criteria for glyphosate. http://www.inchem.org/documents/ehc/ehc/ehc159.htm . Acedido a: 8 de Maio de 2015