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Desregulação Endócrina 

No estudo (Gasnier 2009) foi discutida a toxicidade reprodutiva in vivo de 4 herbicidas comerciais à base de Glifosato. Para tal foi feita a medição não só a capacidade destes herbicidas para interromper as atividades de transcrição androgénicas ou estrogénicas, mas também para modificar o metabolismo esteroide essencial e crucial da transformação irreversível  do andrógeno a estrogénio, através de medição da expressão do gene da aromatase. Através de uma exposição de 24h a concentrações abaixo das concentrações aplicadas na agricultura observou-se interrupções nas atividades de estrogénios e androgénios dependentes de transcrição, como também uma inibição da atividade da aromatase de forma constitutiva mas baixa, sendo que estes efeitos eram mais dependentes da formulação do que a concentração do Glifosato.

 

 

Tentou-se também perceber (Gasnier 2009) o perfil bifásico que o apresenta Glifosato sobre o enzima aromatase uma vez que a perturbação na transcrição da aromatase pode dever-se quer a uma interação direta com o DNA, quer a uma interação mediada por receptores estrogénicos (ER). Além disso (Richard 2005), também já foi descrita a interação direta de Glifosato com o local catalítico da aromatase.  A fim de testar esta hipótese (Gasnier 2009), foi estudada a interação que os tais 4 herbicidas comerciais apresentam com três receptores de esteróides diferentes, sendo que estes ER são capazes de se ligar quer a compostos estruturalmente semelhantes a  esteroides quer à  aromatase. Demonstrou-se que estes 4 herbicidas exercem interações dependentes da dose com estes receptores.

 

 

Outro estudo mais recente  (Thongprakaisang 2013) centrou-se nos efeitos do Glifosato puro na transcrição e expressão sobre os receptores de estrogénio (ERS). Os resultados indicaram que a atividade estrogénica do Glifosato foi mediada através ERs. Além disso, o Glifosato também alterou tanto a expressão dos ER α e β. Chegaram portanto à conclusão que baixas concentrações e ambientalmente relevantes de Glifosato possuem atividade estrogénica. Tais resultados permitiram uma melhor compreensão dos possíveis mecanismos subjacentes toxicidade do Glifosato em células cancerígenas da mama dependentes de estrogénio. 

Gasnier C, Dumont C, Benachour N, Clair E, Chagnon M, Séralini G (2009) Glyphosate-based herbicides are toxic and endocrine disruptors in human cell lines. Toxicology 262:184-191.

 

Richard S, Moslemi S, Sipahutar H, Benachour N, Seralini G (2005) Differential Effects of Glyphosate and Roundup on Human Placental Cells and Aromatase. Environmental Health Perspectives 113:716-720.

 

Thongprakaisang S, Thiantanawat A, Rangkadilok N, Suriyo T, Satayavivad J (2013) Glyphosate induces human breast cancer cells growth via estrogen receptors. Food and Chemical Toxicology 59:129-136.

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