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Carcinogenicidade 

No estudo (Gasnier 2009) foram discutidas as ações carcinogénica e mutagénica in vivo de 4 herbicidas comerciais à base de Glifosato, após uma exposição de 24h a concentrações abaixo das concentrações aplicadas na agricultura.  

 

 

(De Ross 2005) Lesões no DNA em células hepáticas humanas (células HepG2) verificaram-se quando níveis residuais destes herbicidas eram aplicados, justificando provavelmente a associação anteriormente sugerida entre a exposição a estes herbicidas e a incidência de mieloma múltiplo em agricultores.  De salientar também (Gasnier 2009), que o próprio stress oxidativo (ver Stress Oxidativo) e, consequências deste fenómeno também contribuem de forma indireta para o dano do DNA, pela formação de aductos.  Quanto à genotoxicidade  direta destes herbicidas esta foi colocada em causa uma vez que só surgiu quando eram adicionadas grandes concentrações de Glifosato em células humanas.

 

 

Contudo um estudo (De Ross 2005) tentou demonstrar que apesar de haver uma evidência pouco consistente de genotoxicidade ou carcinogenicidade de estudos in vitro e em animais, haveria uma associação entre a exposição ao Glifosato e a incidência de cancro no Estudo de Saúde Agrícola (AHS). Porém, a exposição ao glifosato não foi associada com a incidência de cancro no geral ou com a maioria dos subtipos de cancro que foram estudados.

 

 

Noticias recentes (Guyton 2015) sobre a carcinogenicidade do Glifosato dão conta de estudos de que relatam um aumento de risco de linfoma não-Hodgkin para indivíduos que apresentam exposição ocupacional nos EUA, Canadá e Suécia. Um segundo estudo relatou uma tendência positiva para hemangiosarcoma em ratos.

 

 

Atualmente o Glifosato é classificado pela IARC (International Agency for Research on Cancer) como probably carcinogenic to humans (Group 2A). Esta categoria é utilizada quando existe uma evidência limitada de carcinogenicidade em humanos e provas suficientes de carcinogenicidade em animais experimentais.  Esta designada “evidência limitada” significa que uma associação positiva foi observada entre a exposição ao agente e o cancro, mas que outras explicações para as observações (chamado acaso, a predisposição ou confusão) não poderia ser descartada (IARC 2015).

Tabela 5: Classificação da carcinogenicidade de alguns pesticidas organofosfarados (adaptado de Guyton 2015)

De Roos A, Blair A, Rusiecki J, Hoppin J, Svec M, Alavanja M, Dosemeci M, Sandler D (2005) Cancer Incidence among Glyphosate-Exposed Pesticide Applicators in the Agricultural Health Study. Environmental Health Perspectives 113: 49-54.

 

Gasnier C, Dumont C, Benachour N, Clair E, Chagnon M, Séralini G (2009) Glyphosate-based herbicides are toxic and endocrine disruptors in human cell lines. Toxicology 262: 184-191.

 

Guyton K, Loomis D, Grosse Y, El Ghissassi F, Benbrahim-Tallaa L, Straif K, Guha N, Scoccianti C (2015) Carcinogenicity of tetrachlorvinphos, parathion, malathion, diazinon, and glyphosate. The Lancet Oncology 16: 490-491.

 

IARC (2015) IARC Monographs Volume 112: evaluation of five organophosphate insecticides and herbicides. http://www.iarc.fr/en/media-centre/iarcnews/pdf/MonographVolume112.pdf . Acedido a: 11 de Maio de 2015

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